Em um futuro próximo, free flow na BR-386

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Em um futuro próximo, free flow na BR-386

Presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cintia Agostini liderou o Grupo de Trabalho que melhorou (e muito) o contrato assinado entre a União e a Concessionária CCR, ainda na década ada. O modelo original não garantiria tantas obras de viadutos, duplicações, arelas e vias marginais em curtos espaços de tempo, e seria mais oneroso à região. É bem verdade que alguns avanços estão atrasados – como o trecho elevado próximo ao bairro Montanha, em Lajeado –, mas os mecanismos ajustados no contrato preveem, inclusive, a redução de tarifa e outras penalidades diante de eventuais descumprimentos do bilionário acordo. Fato é que não é simples conduzir e compactuar concessões rodoviárias que abrangem diferentes comunidades (e governos municipais) e duram por 30 ou mais anos.

Inclusive em função das novas tecnologias que não param de surgir e facilitar o dia a dia dos motoristas. E entre essas tais inovações – que nem são novidades em âmbito mundial –, está o famigerado free flow, a cobrança automática e sem cancelas do pedágio. Sobre isso, e durante entrevista ao programa Frente e Verso, ontem, Cíntia Agostini reforçou que a própria CCR já projeta a implementação do free flow na BR-386. Aliás, a futura utilização do free flow na BR-386 está inclusive prevista em contrato. Ou seja, e embora não haja data oficial ou informações mais precisas sobre quando a concessionária vai mudar o sistema de cobrança na rodovia federal, trata-se de um modelo que veio para ficar em nossa região. E ao contribuinte cabe se familiarizar com a “nova” ferramenta para evitar dores de cabeça no futuro…

os e concessões

As concessões rodoviárias estão em debate no Vale do Taquari. Além da Motiva (ex-CCR) e do complexo processo das rodovias estaduais, as cidades de Taquari e Tabaí também discutem a relação com a Concessionária Rota de Santa Maria (que pertence a empresa espanhola Sacyr) na RSC-287. Por lá, e assim como também pode ocorrer na BR-386, os embates envolvem os os à rodovia. São mais de 2,4 mil ao longo dos 204 km concedidos. Só em Taquari, por exemplo, são 11 os comerciais; 36 para lavouras; 16 são os públicos; e 75 são residenciais. No total, 138 problemas para o prefeito André Brito (PDT) tratar com o governo estadual, que em 2023 teria se prontificado a auxiliar no custeio necessário às adequações destes os.

Limites à Câmara de Lajeado

Parece ter virado rotina o uso de termos e apelidos pejorativos contra adversários políticos e/ou servidores municipais na câmara de Lajeado. E isso é muito ruim. O plenário legislativo precisa ser o termômetro e o ponto de equilíbrio da sociedade. O elo maduro e consciente entre o Poder Executivo e os pagadores de impostos. E mesmo que o “teatro” faça parte do jogo político desde que a política é política, o bom senso e a educação precisam sempre prevalecer. Acima de tudo, cabe ao legislador respeitar o próximo para manter a plena credibilidade desta instituição tão necessária à democracia e, também, ao desenvolvimento social e econômico das cidades.

Custo da nova ponte entre Lajeado e Arroio do Meio assusta gestores

Orçada inicialmente em R$ 10,5 milhões, a nova ponte de concreto entre Lajeado e Arroio do Meio pode custar quase três vezes mais se os orçamentos prévios das prefeituras estiverem corretos. Do lado lajeadense, as primeiras análises apontam para investimentos superiores a R$ 3 milhões em ampliação da via municipal e construção da cabeceira. Na outra margem, e diante da declividade do terreno, o custo periga a chegar próximo de R$ 15 milhões. Diante disso, a prefeita Gláucia Schumacher (PP) e o prefeito Sidnei Eckert (MDB) devem buscar mais recursos em Brasília, e possivelmente junto ao Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul, o cobiçado Funrigs.

Protagonismo e novo VDM no Vale

O Grupo de Trabalho do Vale do Taquari, montado e comandado por diferentes agentes dos setores privado, público e associativista da região, tem se debruçado sobre as propostas de concessões de rodovias apresentadas pelo governo estadual. Foi assim entre 2021 e 2022, e novamente a partir de 2025, quando a equipe do governador Eduardo Leite (PSD) encaminhou os novos modelos de pedágios com o free flow. E desde o início dessa semana o destemido grupo iniciou mais um movimento propositivo ao bom debate. Com recursos próprios, oriundos de diversas entidades, contrataram um novo estudo para verificar o Volume Diário Médio (VDM) de veículos que trafegam pelas rodovias ERS-130/129/453, especialmente entre Cruzeiro do Sul e a região alta. De novo. Uma ação propositiva de um grupo que debate pedágios há mais de cinco anos. Aliás, um grupo formado por agentes que já protagonizaram outros avanços logísticos nas últimas décadas.

TIRO CURTO

  • O governo de Bom Retiro do Sul quer buscar junto ao Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul (Funrigs) os recursos para a pavimentação do trecho de nove quilômetros que liga a ERS-129 até a ERS-287, de responsabilidade do Daer. O investimento é próximo de R$ 1,5 milhão por km.
  • Imigrante inaugura nove pontes e duas arelas que foram destruídas pelas enchentes. O evento ocorre no dia 21 de junho, a partir das 9h30min, com a presença do Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, o também do ex-Ministro da Reconstrução e deputado federal, Paulo Pimenta (PT), cotado para ser pré-candidato a governador.
  • O Partido Liberal (PL) realiza encontro regional nesta sexta-feira. O evento vai ocorrer na sede do Clube dos 15, em Lajeado, a partir das 19h. E vai contar com a presença do pré-candidato a governador do Rio Grande do Sul, o deputado federal Tenente-Coronel Zucco, e também do deputado federal Ubiratan Sanderson.
  • Em tempo, e isso vale para alguns agentes públicos: não transformem o debate sobre os pedágios em um circo. É mais prudente e maduro gastar tempo e energia para ensinar e divulgar as novidades tecnológicas que, por óbvio, vieram para ficar. E também lutar por tarifas bem mais baratas, claro!

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