Em que ano a Apaam foi fundada? Quantos animais, no momento, estão esperando por um lar?
A Apaam existe desde 2004 e foi fundada por um grupo de amigas que estavam cansadas das situações de maus-tratos. No início, havia quatro animais e, com o ar do tempo, esse número foi aumentando. Nossa capacidade é para acolher 32, porém estamos sempre acima desse número. Atualmente, na sede, há 70 cães.
Qual a situação da ONG atualmente?
Fomos atingidos por três enchentes, então a situação ainda é um pouco precária. Recebemos doações de pessoas daqui e de fora, e assim conseguimos arrumar o necessário. Não queremos investir muito neste local, pois a intenção é conseguir um novo espaço e sair dessa área perigosa. Fizemos o essencial, mas ainda há telhas quebradas, portões que não abrem e fecham direito, cercas caídas… Não conseguimos utilizar a sala de banho, pois o local ficou extremamente úmido e perigoso até mesmo para nós. Conversamos com a prefeitura sobre a possibilidade de uma parceria para um novo local.
Qual a perspectiva para o futuro? O que vocês esperam após os últimos acontecimentos, que foram devastadores?
Esperamos, futuramente, ter apoio do poder público, contar com mais pessoas para ajudar e, claro, um novo local onde a água não chegue. Tanto nós quanto os animais sofremos muito. Na enchente de maio, ficamos em um ginásio; dormimos nas arquibancadas com eles. Não conseguimos tomar banho nem escovar os dentes — pegávamos os cães no colo para esquentá-los. Quando as doações começaram a chegar, usamos também as cobertas que recebemos.
Como as pessoas podem ajudar e como proceder para adotar um dos cães que estão na sede?
Todos estão convidados a ajudar. Pode ser com doações, fazendo um carinho ou auxiliando na limpeza. Para adoção, a pessoa a por uma entrevista, preenche uma ficha de responsabilidade e, então, pode adotar o animal. Lembrando: é uma adoção responsável!
O que mais lhe marcou durante os anos na ONG?
Uma das coisas que mais me marcou foi a enchente de setembro. Ela veio muito rápido. Estávamos em duas pessoas, e nunca havia entrado água ali — foi um desespero, não parava de subir. Colocamos os animais em cima de carro, caminhão, roda de caminhão, em cima de mesas… Foi horrível. Todos foram salvos, mas foi tudo muito rápido. Éramos duas pessoas para 85 animais.
Ao longo dos anos, quantos animais tiveram sua vida transformada pela Apaam?
Não temos esse número contabilizado — é algo que deveríamos fazer —, mas são tantas tarefas para poucas pessoas, que não damos conta. Somos apenas quatro voluntários. Todas as adoções são importantes, e ficamos muito felizes quando os animais encontram um lar. Receber fotos deles como parte da família é algo incrível!