Languiru inicia ação para leiloar frigorífico de suínos em Poço das Antas

LANCE INICIAL DE R$ 85 MILHÕES

Languiru inicia ação para leiloar frigorífico de suínos em Poço das Antas

Paralisada há dois anos, planta industrial gerou prejuízo de R$ 15,6 milhões em 2024; expectativa é de retomada das atividades com novo comprador

Languiru inicia ação para leiloar frigorífico de suínos em Poço das Antas
Valor será utilizado para pagar dívidas. Cooperativa tem hoje 2,9 mil credores. (Foto: Grasi Nabinger)
Poço das Antas

A Languiru deu início a uma ação de leilão judicial da planta do frigorífico de suínos em Poço das Antas, inativa desde 30 de junho de 2023, quando ocorreu o último abate. Após duas tentativas frustradas de venda direta, a cooperativa optou por buscar a negociação via leilão — medida considerada estratégica para atrair novos interessados e proporcionar maior segurança jurídica ao processo.

A planta, avaliada em R$ 169 milhões no fim de 2024, será ofertada inicialmente por esse valor. Caso não haja lances na primeira hasta, o processo segue para uma segunda rodada, com valor mínimo de 50% da avaliação — cerca de R$ 85 milhões. A proposta da cooperativa é que não haja uma terceira hasta, o que poderia reduzir ainda mais o valor de venda.

“A ação não é tradicional — geralmente esse movimento parte de um credor. Mas entendemos que é a melhor forma de garantir segurança e celeridade à operação. Acreditamos que o leilão terá interessados e, se possível, esperamos chegar ao valor total da avaliação ou até superá-lo”, afirma Gustavo Marques, superintendente istrativo e financeiro da Languiru.

Segundo ele, um dos obstáculos enfrentados nas negociações diretas foi a condição atual da cooperativa, em processo de liquidação, o que gerou insegurança entre potenciais compradores. A decisão de partir para o leilão busca contornar esse ime e viabilizar a venda.

Apesar da paralisação, o frigorífico ainda representa um peso significativo nas contas da Languiru. Apenas em 2024, a planta inativa gerou prejuízo de mais de R$ 15,6 milhões — valor superior ao resultado geral da cooperativa no mesmo período, que fechou com R$ 15,2 milhões negativos.

A preocupação da Languiru, no entanto, vai além da questão financeira. A cooperativa vinha buscando um comprador que desse continuidade ao abate de suínos na planta, o que garantiria a integração dos produtores da região. Muitos deles — especialmente os de menor escala e que residem próximos ao frigorífico — seguem sem atividade desde a paralisação.

“Cerca de 200 produtores da fase de terminação estão paralisados. Muitos conseguiram se integrar a outras empresas, mas os menores, com menos volume e mais distantes dos grandes frigoríficos, seguem desassistidos”, destaca o superintendente.

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