A Lactalis do Brasil inicia no próximo trimestre a exportação regular de manteiga produzida em sua planta industrial de Teutônia para os Estados Unidos. Serão enviadas, em média, 100 toneladas do produto por mês, com uso exclusivo de leite gaúcho. A operação reforça a estratégia da empresa de transformar o Rio Grande do Sul em um hub de exportação de produtos lácteos.
Para atender à nova demanda internacional, a unidade precisará captar 4 milhões de litros de leite a mais por mês — o equivalente a um acréscimo de 100 mil litros diários à produção atual, que já processa 800 mil litros por dia. O aumento será viabilizado por meio do programa Lactaleite, que oferece assistência técnica e fomento à produtividade nas propriedades parceiras da Lactalis.
Segundo a empresa, os produtores têm alcançado crescimento de até 15% na eficiência das entregas. A manteiga exportada será da marca Président, produzida com tecnologia exclusiva que, segundo a Lactalis, só possui similar na França — sede do grupo.
“A manteiga feita em Teutônia tem padrão internacional. Alcançamos esse nível por meio de um processo rigoroso de qualidade no leite e uma tecnologia de fabricação diferenciada”, afirma o diretor de Comunicação, CSR e Assuntos Regulatórios da Lactalis do Brasil, Guilherme Portella.
Exportação e competitividade
A planta de Teutônia foi habilitada para exportação após inspeção de autoridades sanitárias norte-americanas. A unidade atendeu a todos os requisitos regulatórios, incluindo rastreabilidade da produção e sustentabilidade ambiental — aspectos cada vez mais valorizados nos mercados internacionais.
A Lactalis tem um plano de descarbonização em curso, com meta de se tornar carbono zero até 2050. Portella ressalta que o principal desafio para exportar, além dos critérios sanitários, é a competitividade de preço.
“Precisamos produzir com o mesmo custo dos grandes players internacionais. Neste momento, com o câmbio favorável e o valor agregado da marca Président, conseguimos entrar no mercado americano com competitividade.”
Plataforma de exportação
A nova rota de exportação consolida a posição do Rio Grande do Sul como peça-chave na estratégia da Lactalis no Brasil. A empresa já envia leite de Teutônia para Uruguai e Argentina, requeijão de Santa Rosa para o Chile, e estuda a abertura de novos mercados na América do Sul.
“Estou convencido de que o Rio Grande do Sul pode e deve ser um hub de exportação de lácteos. E vamos trabalhar para tanto”, cita Portella. A ampliação da produção, além de impulsionar a economia regional, fortalece a parceria entre indústria e produtores.
“Os produtores têm ampliado sua produção, reduzido custos e aumentado a rentabilidade. É um processo em que todos ganham. Indústria e produtor precisam caminhar juntos. Parcerias como essa e a realizada com a Languiru fortalecem toda a cadeia do leite. Queremos ser uma liderança positiva nesse setor”, pontua.